Base:

Cada ser pensante ou ativo guarda dentro de si uma essência que cabalisticamente podemos dizer é parte de um deus primordial, chamarei isso de essência primordial em cada ser, essa essência não pertence especificamente a algum plano ou existência, porém deve se habituar melhor a determinada vivência, algo como atingir o máximo de sua evolução no corpo que habita, logo podemos acreditar que determinadas essências podem gerar uma preferência a determinada existência, criando assim uma incompatibilidade com a existência atual.
Porém dentro de cada ser essa essência primordial se encontra “presa”, e tentando se habituar a atual existência, o intuito desse ritual é visualizar essa essência no seu amago enxergar além da atual existência, a fim de melhor adaptar a evolução espiritual da essência.
Exemplifiquemos que nos elementos temos essências primordiais aprisionadas no corpo elemental, na chama teríamos uma essência habitando-a, a existência daquela essência em corpo provavelmente se extingue ao apagar da chama, o que nos levaria à questão de tempo relativo à vivência, porém isso será assunto de outra peça. O que está sendo abordado é a questão de que naquela chama teríamos uma “alma”, ou seja uma essência habitando aquela combustão, uma existência primordial e até então sem muita função ou vontade, porém ainda existindo, o que nos leva à nossa própria existência, usando como base uma experiência de scrying utilizando uma chama como portal para a essência da mesma, tentamos utilizar o globo ocular como bola de cristal para o scrying da alma humana, porém é virtualmente impossível para um ser humano visualizar seu próprio globo ocular sem a utilização de algum aparato reflexivo, nesse caso o espelho (seja negro, de água ou óleo) é utilizado.

O rito:

No atual rito apenas o espelho e a vela são utilizados, porém sem muita significância em cada, o refinamento do ritual cita que a utilização da vela é desprezível, assim como qualquer outros símbolo, pois o que ocorre é o aglomeramento de essências, logo para a iluminação o ideal seria a utilização de uma luz indireta.

Os psicotrópicos:

A utilização de psicotrópicos não alucinógenos porém anestésicos seriam de certa forma ideais para o desligamento porém caso seja gerada a falta de concentração do ocultista esses devem ser descartados, o que mostra que a auto-observação do ocultista no rito é essencial, apenas ele saberá o que lhe ajudará e o que o impedirá de manter a concentração durante o scrying.

O Scrying:

Termo utilizado por Dee em suas experiências enochianas, a melhor tradução seria algo como “mergulho” no objeto de visualização, ele utilizou uma bola de cristal fosca, no nosso caso o globo ocular será a bola de cristal, levando a teoria de que cada corpo de existência possui uma janela para a área onde a essência se encontra.

Os preparativos:

O local onde o ritual deve ser feito deverá ter o mínimo de objetos que possam atrair a atenção do ocultista, logo um ambiente vazio seria ideal, a iluminação deverá se fazer de forma indireta sem a utilização de vela ou odores que possam fazer o praticante “pensar”, o espelho (seja negro, de água ou óleo) deverá estar limpo e sem qualquer outro aparato, até a moldura seria dispensável, o próprio rosto do ocultista deveria ser encoberto com um capuz que deixasse apenas os olhos expostos, o capuz deverá ser feito de tecido fino e frio, confortável branco ou negro, e com a certeza de que o mesmo não incomode a respiração ou a concentração do praticante. As vestimentas pouco importam mas o aconselhável seriam roupas leves ou totalmente nu.

A Mecânica do ritual:

O ocultista deverá se sentar em frente ao espelho em posição confortável, em que possa ficar totalmente imóvel, esse será observado por ao menos 2 outros ocultistas tão ou mais experientes que ele. O ambiente deve estar limpo tanto físico como energeticamente, o silêncio é essencial. O scrying deve ser feito visualizando o globo ocular, seja apenas um ou os 2 ou mesmo tempo, o que menos incomodar o praticante, esse deverá fazer o “mergulho” para dentro dos olhos como se fosse sugado ou como se estivesse indo em direção aos olhos do seu reflexo (a limpeza do espelho espiritualmente serviria para impedir que alguma outra existência se ponha à frente do reflexo, porém essa possibilidade ainda não foi comprovada). Os outros dois ocultistas observadores devem encontrar um ponto em que o praticante entra em “transe” durante o scrying e nesse momento as luzes devem ser apagadas.

Durante o mergulho:

As possibilidade do mergulho dentro da área de existência da essência primordial são absurdas e inumeráveis, logo apresentar algumas possibilidades de visualização aqui seria o mesmo que pôr por terra todo o documento. Logo o que será visualizado dentro de cada um é único e deverá ser anotado com clareza e seriedade, a área de existência dentro do corpo pode variar de formas bruscas de acordo com a habituação da essência à essa existência, porém isso será melhor abordado em outra peça.

Brimstoneeye Anotações Pessoais

Segunda feira, 9 de agosto de 2010

Peça 1